20/10/2025
As autoridades chinesas detiveram em outubro de 2025 mais de 20 pastores e líderes da Zion Church, uma das maiores congregações protestantes não registradas na China, em um dos episódios mais graves de controle sobre igrejas independentes desde 2018.
O fundador da Zion Church, Jin Mingri (também conhecido como Ezra Jin), de 56 anos, foi preso em sua residência na cidade de Beihai, província de Guangxi, sob suspeita de “uso ilegal de redes de informação”. A lista de acusações aponta para a publicação de conteúdos religiosos online sem aprovação estatal.
Relatos apontam que, junto com Jin, cerca de 30 pastores e membros foram inicialmente detidos em várias províncias, incluindo Pequim, Xangai, Zhejiang, Shandong e Sichuan. Desses, aproximadamente 20 permanecem sob custódia.
A Zion Church operava fora do sistema oficial da igreja protestante sancionada pelo governo, crescendo especialmente durante a pandemia por meio de cultos online e se reunindo em mais de 40 cidades. Essa estrutura chamou a atenção das autoridades por fugir do controle estatal.
A repressão ocorre em meio a uma ofensiva mais ampla do governo de Xi Jinping para a “sinização” da religião; ou seja, para que as atividades religiosas estejam alinhadas com os valores do Partido Comunista Chinês. A nova legislação para clérigos anunciou em setembro de 2025 proibições sobre pregações online ou em plataformas não autorizadas.
Organizações internacionais de direitos humanos criticam a detenção como “uma grave violação da liberdade religiosa” e exigem a libertação imediata dos líderes da igreja.
Para a comunidade evangélica global, o caso torna-se um alerta: mesmo em países com crescimento expressivo da fé cristã, como a China, a liberdade de culto pode estar sob severa ameaça quando as estruturas religiosas se mantêm fora do controle estatal ou político.
📍Imagem meramente ilustrativa.
Fonte: lemonde.fr
Por Pr. Wilde Ramalho Ferreira